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sexta-feira, 24 de agosto de 2018

Vivendo com TDAH - uma desinformação...

Foto cedida por www.thebrasilians.com


Olá, amigos e amigas. Tudo belezinha com vocês? Espero que sim. Fazia já um tempo que não postava conteúdo. Tenho trabalhado demais, além de estar lidando com a ansiedade e o TDAH - e isso atrapalha um bocado -, e por isso tive que priorizar algumas coisas em minha vida, em detrimento de outras. Mas, adoro partilhar minhas descobertas com vocês todos, e tenho a esperança de estar ajudando alguém com meus textos. Por isso, senti falta do blog. E, agora que tenho um celular que me permite usá-lo para os textos, volto à esta atividade, que tanta satisfação me trás. Nas filas que enfrento, esperando pelos ônibus, aqui estarei eu, tentando trazer conteúdo para o blog. 

Alguns assuntos exigem mais pesquisa, pois falam de patologias que eu desconheço. Mas, no caso do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade, vou poder falar de forma mais impírica, claro que com embasamento teórico que eu posso dar, pois procuro, como Fonoaudióloga, pesquisar à respeito do assunto.

Uma concepção equivocada que quero adressar nesta postagem, é a idéia de que o portador deste transtorno não presta atenção nas coisas. Eu compreendo que o nome déficit de atenção possa levar a essa conclusão, mas não é isso o que acontece conosco. Na verdade temos uma hipersensibilidade sensosiral - que varia em grau e sentido mais exacerbado - que nos torna hiperligados aos estímulos que vem de fora. E isso causa uma grande confusão mental, que culmina em reações consideradas muitas vezes desproporcionais à situações cotidianas. 

Vou fazer uma analogia estúpida, para que todos entendam. Você tem um balde, e nele terá que colocar os objetos azuis que se encontram espalhados numa sala. Você pega objeto por objeto, analisa, verifica qual a cor predominante em cada um deles, e decide o que vai no balde. Vamos imaginar que o cérebro é o balde, os objetos são as informações sensoriais, e a análise é a capacidade sensorial. Eu, portadora do transtorno de atenção, seria o balde com objetos vazuis, e alguns verdes água e outros violetas. Por que numa sala cheia de objetos, ao invés de conseguir filtrar o que me serviria, e me ater a uma análise mais criteriosa do azul, eu me perdi diante do brilho e beleza de tantas cores, e acabei me confundindo na análise do azul. É mais ou menos assim, grosso modo, que a nossa atenção funciona. Prestamos atenção em tudo ao mesmo tempo, dando o mesmo peso para toda e qualquer informação sensorial que recebamos, sem conseguir categorizar para filtrar. E aí falhamos em tarefas cotidianas, por que não conseguimos focar nossa atenção em um único processo. 

Então, não. Não somos desatentos. Somos hiperestimuláveis, e isso torna nossa qualidade de atenção prejudicada, pois existe um limite de capacidade de foco possível ao cérebro humano, e estamos sempre, inevitavelmente, excedendo este limite. 

Na próxima postagem sobre o assunto vou tentar contar uma anedota de minha experiência pessoal, pois meus clientes, amigos e colaboradores parecem entender melhor meu universo quando me explico desta forma. 


Atenciosamente,

JulyN.

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