Meu Filho está rouco... O que eu faço?

    Esta foi, mais ou menos, a pergunta que ouvi de uma vizinha aqui da Vila Clementino. Ela tem dois meninos lindos, um deles com onze anos, bastante energia e, segundo ela, nenhum sinal de que está na fase da puberdade, ainda. Foi uma pergunta genérica, sem muita pretensão de que a resposta fosse diagnóstica, é claro. Pois, para tanto, eu ia precisar fazer uma bela anamnese, examinar o menino, e pedir avaliações complementares de meus colegas médicos. A resposta foi bem genérica também. 

     Se seu filho está vivendo o mesmo problema, certifique-se de algumas coisas: 

• Ele é muito agitado? E fica estressado com facilidade? Observe se há tensão muscular generalizada (em especial na garganta) nos momentos de raiva ou cansaço. Ele pode estar provocando uma tensão exagerada nas pregas vocais.

• Ele pratica esportes com frequência? Brinca muito ao ar livre? Os exageros na comunicação (gritos) podem estar causando a rouquidão. 

• Atenção às diferenças de temperatura! No verão é comum que depois de brincar e estar todo quente e suado seu filho corra em direção ao ventinho de um bom ar condicionado, ou ao conforto de um copo gelado de água. O gelo anestesia sensações, e também o faz com as pregas vocais. Com isso seu filho acaba cometendo excessos na comunicação (de novo) sem perceber. 

Pregas vocais em movimento.

    Para que vocês entendam melhor o que se passa no corpo da gente, vou explicar um pouquinho. As pregas vocais se constituem de um tecido musculoso que envolve internamente a laringe, e que possui duas membranas. A vibração destas duas membranas é que produz o som. E elas vibram toda vez que o ar é expulso pela laringe. Quando gritamos, comprimimos os músculos que envolvem as pregas, e com isso as tensionamos, causando uma série de complicações, como a rouquidão a curto prazo, ou o calo, a médio prazo.

    Mas como evitar que um menino de onze anos pule, corra, chute, grite, tome gelado e se movimente normalmente? É aí que a porca torce o rabo, não é? Hahaha Não tem mágica. Você vai precisar ter uma boa conversa com seu filho, e pedir que ele diminua os gritos durante as brincadeiras. Gritar nunca é um ato normal. É sempre uma agressão às pregas vocais. Então, o ideal é não o fazer mais. Para aqueles que têm condições ou acesso, aulas de teatro ajudam. É lá que se aprende a projetar a voz, ao invés de gritar. Um profissional da Fonoaudiologia também pode dar essas orientações. Com isso seu filho pode ser ouvido ao longe sem estressar a laringe. 

    Quanto àqueles que são estressados e tensos, a solução seria fazer terapia, ou se engajar em alguma atividade de cunho calmante. Desenho, origami, meditação,... É preciso neste caso conhecer o perfil de cada criança para fazer uma recomendação mais acertada.

   Espero ter ajudado, pelo menos um pouquinho, com estas informações. Precisando de outras orientações, por favor entrem em contato pelos meios cabíveis. Comentem aqui ou mandem e-mails. E se precisarem dos meus serviços, não exitem em me chamar. 

JulyN

Babá Especializada