Fonoaudiologia Educacional.

Manual de Filhos: excelente blog!

Há 3 postagens atrás falamos um pouquinho sobre a dislexia e sobre como os pais devem agir quando suspeitam que seus filhos estão com problemas na escola. Hoje, quero contar pra vocês um pouquinho sobre minha área de formação acadêmica, para mostrar como isso vai de encontro às necessidades das crianças em idade escolar. Vamos falar sobre Fonoaudiologia Educacional. 

Quando me formei, no começo da década passada, havia sim o campo de trabalho nesta área, mas não havia uma especialização. E o que isto significa, precisamente? Significa que quem gostava de estudar o assunto 'competências de aprendizagem', e se identificava com o trabalho que era desenvolvido junto às escolas para orientar professores, pais e alunos, no tangente à inclusão daqueles com necessidades especiais de maneira efetiva no dia a dia das escolas, não tinha um respaldo das instituições formadoras de fonoaudiólogos. Em 2010 isto mudou. Através de uma resolução do nosso Conselho Federal, a Fonoaudiologia Educacional passou a ser uma especialidade. Com isso, as universidades de todo o país passaram a ter a liberdade de ministrar cursos para os profissionais que quisessem seguir carreira dentro das escolas. 

E o que o Fonoaudiólogo deve estudar para se especializar na área educacional? Segundo Jaime Zorzi, Fonoaudiólogo e Doutor em Educação, para trabalhar nesta área é preciso ter conhecimentos aprofundados em Psicologia do Desenvolvimento, Linguística, Psicolinguística  Neurociências, Pedagogia e Sociologia. E, para o trabalho diário, há que se estar disposto a trabalhar em equipe. Afinal de contas, este é um profissional que lidará com outros profissionais responsáveis pela educação formal nas escolas. 

Pois bem. E no que tudo isso é importante para vocês, leitores do meu blog? O que tenho percebido é que, na prática, este é um profissional pouco utilizado nas escolas. São poucos os especializados no país, e o título não é uma exigência para o trabalho. Sendo assim, não seria difícil para uma escola qualquer, que estivesse enfrentando o desafio de ensinar uma criança com algum obstáculo cognitivo, encontrar um fonoaudiólogo disposto a desenvolver um trabalho de orientação dos profissionais na escola, bem como de preparação das aulas ao lado dos professores, para contemplar tal aluno. 

É isso o que o Fonoaudiólogo Educacional faz: capacita professores para que eles possam identificar dificuldades cognitivas e linguísticas do aluno. Ele também instrui o educador na readaptação do planejamento das aulas, para que TODOS os alunos sejam contemplados.Seria um instrumento fantástico para fazer a chamada inclusão, que hoje no Brasil é tão pouco cuidada, funcionar de verdade. Além do mais, inserido na escola, o Fonoaudiólogo pode, ele mesmo, fazer a primeira avaliação dos alunos com risco potencial de problemas cognitivos, e orientar os pais quanto aos caminhos médicos a serem seguidos, dando maior segurança no tratamento destes casos. 

Voltando a citar nossa postagem sobre Dislexia, não seria esta a solução ideal? Aos senhores pais que estiverem lendo este texto, fiquem atentos a isso, e procurem informar as escolas de seus filhos, àquelas que ainda não têm um profissional da área Fonoaudiológica em seu quadro de funcionários, para inserirem um. Mesmo que seu filho não tenha nenhuma dificuldade, imagine o bem que faria a todos os inseridos no processo de aprendizagem usufruir deste tipo de conhecimento!

JulyN